Muitos cristãos acreditam que os mortos crentes em Cristo vão, de imediato para o Céu enquanto outros acreditam que os mortos dormem nas suas sepulturas até à Ressurreição. Entre estas existem, também, outras versões.

As Escrituras são apresentadas para apoiar os argumentos. A resolução desta questão não está ligada à nossa salvação porque, como disse o Sr. Tkach, nos Estados Unidos, alguns anos atrás, “Eu não penso em queixar-me se a nossa chegada (ao Céu) possa ser imediata ou anos depois (‘alma adormecida’.)”

É verdade! De qualquer modo, poderia a ciência dar-nos uma ajuda em relação a este assunto? Terá de haver um conflito nesta área de compreensão Bíblica?

É tudo uma questão sobre a forma que nós vemos o tempo. Nós vivemos num mundo físico em que o tempo é considerado a quarta dimensão – sendo a altura, largura e espessura as outras três ( e hoje, diz-se que a contagem não pára na quarta dimensão. Há, pelo menos, onze.)

Efésios 3:18 usa a terceira dimensão para ilustrar o amor que Deus tem por nós e que nada nos pode separar desse amor (Romanos 8:39). Ainda assim , fomos colocados num universo onde a seta do tempo aparece, indo inexoravelmente, direccionada para a frente, eventualmente para a nossa morte.

Questão: Perante a nossa morte, para quem estamos nós mortos? Vejamos, se isto parece tolice, deixem-me explicar. Há três posições a considerar: (1) como vêm os mortos o passar do tempo, (2) como vê Deus a sua morte, e (3) e como nos parece a nós, que ainda estamos vivos?

O Sr. Herbert Armstrong sempre ensinou, correctamente, que perante a morte, o próximo momento dos Cristãos será em glória sem conhecimento da passagem do tempo. Portanto se os mortos ‘alma adormecida’ (o qual é um dos maiores modelos discutidos pelos Cristãos em relação ao estado dos mortos e, provavelmente, é ainda a mesma posição que toma a maioria dos membros da nossa congregação) que não há conhecimento da passagem do tempo como o vêm os vivos. Por isso, da sua perspectiva, eles passaram, de imediato, da vida física para a vida imortal.

O mesmo se aplica se a visão preferida foi tomada ‘de imediato’ em relação ao seu prémio – desconhecimento de uma quebra de consciência.

Se acreditamos que eles estão a dormir até ao regresso de Jesus, vamos, agora, perguntar se, para Deus, os mortos estão ou não perdidos para sempre. Certamente que não! Como poderia Deus perder o rasto dos seus filhos, mesmo estando eles a dormir?

Ele diz ser o Deus dos vivos não dos mortos (Marcos 12:27). Também, “como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí perante aquele no qual creu, a saber, Deus, que vivifica os mortos, e chama as coisas que não são, como se já fossem” (Romanos 4:17). Portanto, Deus tem tido contacto permanente com os Seus filhos, até mesmo através dos portões da morte física. Para Ele não estão mortos.

Para quem, então, estão eles mortos? Bem, para nós! E porquê? Porque nós, os vivos, ainda estamos “presos” à corrente do tempo. Para nós, estão mortos, porque foram removidos do espaço - tempo. Agora não podem ser encontrados neste universo físico.

Uma vez, perguntei ao Dr. Stravinides se a remoção do espaço – tempo era o mesmo que a glorificação, e ele concordou. (Talvez ele tenha mudado de ideias, desde então!)

Então, diga por favor, quem está “preso”? Pareceria que os mortos não estão mortos para eles próprios por terem passado da morte para a vida. Eles não estão mortos para Deus, que é o Alfa e o Omega, que sabe o fim desde princípio, liberto da Sua criação do espaço e do tempo. Não obstante, para nós estão mortos, de certeza, porque nós ainda estamos neste universo até à nossa libertação para o mundo eterno e infinito onde vivem o nosso Pai e o nosso Irmão Mais Velho.

Portanto, quando me perguntam sobre o que eu penso onde se encontram, agora, os mortos, eu pergunto, sobre qual perspectiva - se da nossa, se a de Deus ou se a dos próprios mortos? Talvez, então eu possa tentar reconciliar o que tão frequentemente são consideradas posições opostas e argumentativas.

Tendo dito tudo isto, por favor recorde que é apenas um modelo que pode ser ambos reconfortante e instrutivo. Há outros modelos , mas se este ajuda, ainda bem. Se isto o preocupa – tente que isso não aconteça, por favor. Todavia não deveríamos argumentar sobre o estado dos mortos, porque um dia nós saberemos com tanta certeza, como somos conhecidos agora.

Contudo, é interessante e eu acredito que o mundo da ciência e da mecânica quântica tem derramado alguma luz acerca deste assunto. Apesar de tudo, não há, realmente, um conflito entre a ciência e a verdadeira religião, a Palavra de Deus e as Obras de Deus. Por isso a ciência deveria ser capaz de nos ajudar, embora eu acredite que temos alguma informação vital a permutar com as mentes brilhantes que tentam entender esta criação magnífica na qual nós próprios nos encontramos.

Tony Goudie

The Worldwide News - Fevereiro 2002

Igreja de Deus Mundial